Gerente de loja Zara em Fortaleza é indiciado pela Polícia Civil por crime de racismo

A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) indiciou o gerente da loja Zara localizada em um

Por Redação
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 18:55
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A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) indiciou o gerente da loja Zara localizada em um shopping de Fortaleza por racismo. O gerente, Bruno Felipe Simões, de 32 anos é suspeito de ter expulsado uma mulher negra da loja, o caso aconteceu no último dia 14 de setembro. Ainda segundo as investigações, os colaboradores da loja também teriam criado um código secreto entre eles para que todos ficassem atentos com chegada de pessoas negras ou com” roupas simples” na loja .

As imagens do circuito interno da loja revelam o tratamento diferenciado dado pelo funcionário da loja à vítima. Nas imagens, é possível ver quando a vítima é expulsa do local. As investigações foram desenvolvidas por um coletivo de delegadas da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e concluíram que Bruno Filipe Simões praticou o crime de racismo contra a vítima. Sendo o suspeito indiciado no artigo 5º da Lei de Crimes Raciais – por recusar, impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. As imagens analisadas pela Perícia Forense do Estado do Ceará demonstram a atitude discriminatória do suspeito.

Durante o curso das investigações, além das imagens captadas, a Polícia Civil tomou depoimentos de oito testemunhas, além da vítima e do suspeito. Entre as pessoas ouvidas, está uma mulher negra, de 27 anos, que relatou, em redes sociais, ter passado por situação semelhante, no final do mês de junho deste ano, na mesma loja. Ainda foram ouvidas duas ex-funcionárias do estabelecimento que relataram episódios de assédio moral e procedimentos discriminatórios na forma de atendimento a possíveis clientes. Também foram ouvidos três seguranças do shopping onde a loja funciona, bem como o chefe de segurança do local, que voltou à loja com a vítima minutos após a expulsão.

O mandado de busca e apreensão foi solicitado pela Polícia Civil após a loja se recusar a fornecer o material, pois segundo um funcionário da Zara, seria necessário avaliação do setor jurídico da loja e, somente após essa análise, seria dado retorno sobre a disponibilização das gravações feitas pelas câmeras.

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