O serviço de corridas operado pelo aplicativo Uber chega a São Luís nesta terça-feira (21), começando a operar a partir das 14h, segundo informações da gerente de comunicação do app, Letícia Mazon. O primeiro serviço oferecido será o Uber X – uma das modalidades do serviço, que consiste em corridas mais acessíveis por conta da utilização de carros mais compactos.
A gerente de comunicação do aplicativo não revelou quantos carros estão cadastrados em São Luís, mas garantiu que o funcionamento será amplo. Habitualmente, em todo o Brasil, nos locais onde o Uber já opera, o tempo de espera para um veículo é de 5 minutos. Como o serviço é novo na capital e ainda precisa de motoristas, o tempo de espera poderá ser um pouco maior.
CONFLITOS
Em todo o Brasil, nos lugares onde foram criadas leis para derrubar o funcionamento do serviço, a Justiça expediu liminares que classificam essas leis como inconstitucionais.
Em São Luís, boatos rapidamente se espalharam nas redes sociais afirmando que o Sindicato dos Taxistas de São Luís estaria organizando protestos nos principais pontos da cidade, em horários de grande fluxo de veículos, em represália à chegada do serviço. O vice-presidente do Sindicato, Jean Fábio, em entrevista ao programa Repórter Difusora, da Difusora FM, desmentiu o boato e afirmou que a classe está disposta a ouvir os anseios da população. “O que nós teremos é uma reunião hoje (21) para discutirmos os rumos que serão seguidos com a chegada deste serviço”, explicou.
SÃO LUÍS
Na Câmara, o vereador Paulo Victor (PROS) protocolou, no dia 23 de janeiro, o projeto de lei 001/2017, que visa permitir a atuação do app de corridas em São Luís.
No texto do projeto, o vereador argumenta que a crise econômica no Brasil e consequente elevado índice de desemprego está levando a população a procurar meios de renda alternativos. O texto argumenta, ainda, que a existência de leis federais que permitem o funcionamento do serviço “torna inconstitucional qualquer decisão que proíba a exploração da mesma”.
Ainda de acordo com o projeto de lei, dados da Prefeitura de São Luís informam que há seis empresas de táxi, que possuem cerca de 2400 trabalhadores ativos, para atender a população de São Luís, que, de acordo com o IBGE, é de 1.73.000.883 habitantes. Com isso, de acordo com cálculos do vereador, a média é de 1 táxi para cada 447 habitantes.
“A população clama por esse serviço. Nós estamos trabalhando para que o Uber pague um imposto anual, que pague uma taxa, assim como os taxistas pagam. Mas precisamos garantir o funcionamento do serviço”, afirma o vereador Paulo Victor, autor do projeto.
De acordo com o parlamentar municipal, a não regulamentação do Uber não quer dizer que ele seja proibido de funcionar. “O Yet Go, que é um serviço similar já está funcionando mesmo sem lei que regulamente”, explicou.
Renato Medeiros afirmou que a categoria já está, neste momento, dialogando com os vereadores no sentido de evitar que o projeto de Paulo Victor seja aprovado.
O projeto de lei tem o apoio do presidente do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON-MA), Duarte Júnior. O texto pode ser acessado neste link e deverá entrar em discussão no plenário nos próximos dias.
UBER: ENTENDA O SERVIÇO
O Uber é um aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular. O carro é pedido do mesmo modo em que se pede um táxi.
Os carros do Uber são pretos, podendo ser comuns ou de luxo. Entre os serviços está a disponibilidade de vários itens de conforto para os passageiros, como balas e bebidas. Por meio do aplicativo de corridas, é possível ter uma ideia aproximar do valor que será pago antes mesmo que o passageiro entre no veículo.
“É um serviço extremamente prático e muito mais barato que um táxi comum”, opina a maranhense estudante de odontologia Brenda Falcão, que já usou o serviço em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre o preço aplicado no táxi e no Uber há uma diferença importante: quando há muita demanda por carros em uma determinada região, o preço da corrida aumenta. Se muitas pessoas começam a querer usar o Uber em um determinado bairro, por exemplo, faz crescer o preço para que haja um equilíbrio no número de carros (na prática, isso desencoraja as pessoas a usar o aplicativo). Quando o número de pedidos volta ao normal, o preço da corrida diminui novamente.
Para usar o aplicativo, o usuário precisa baixá-lo na loja de aplicativos do smartphone, fazer um cadastro e ter em mãos um cartão de crédito. Pelo GPS presente no aparelho o app consegue encontrar a região em que o passageiro está e avisar se há algum carro disponível e quanto tempo o motorista irá levar para chegar ao local.
Ao final do trajeto, o passageiro precisa avaliar o motorista no aplicativo, de 1 a 5 estrelas. “Isso força o motorista a tratar o passageiro bem, porque ele precisa ter uma boa avaliação e ser requisitado com mais frequência por isso”, explica o empresário Carlos Robson Almeida, que também usa o serviço frequentemente quando viaja para o sudeste do país.