Desde este domingo (1°), quando teve início uma rebelião de presos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, têm gerado muita repercussão na mídia. Isso porque o movimento resultou na morte de pelo menos 60 detentos e agentes penitenciários feitos reféns. Além da rebelião, outros 87 presos fugiram de outra unidade prisional horas antes. O número de mortos ainda não é definitivo, porque a revista no Compaj não foi concluída. A rebelião teve fim nesta segunda-feira (2).
Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado, Sérgio Fontes, o problema deu início a uma guerra entre facções rivais, pelo controle de tráfico de entorpecentes em Manaus. A facção conhecida como FDN (Família do Norte) teria atacado membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo informações da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), o regime fechado do Compaj tem capacidade para 454 presos e abrigava 1.224. Um excedente de 770 presos. O regime semiaberto do mesmo presídio onde ocorreu a rebelião, com capacidade para 138 presos, contava com 602 antes dos assassinatos. Neste setor, o excedente era de 464 presos. O complexo está localizado no km 8 da BR-174, na capital do Amazonas.
“Na negociação, os presos exigiram praticamente nada. Apenas que não houvesse excessos na entrada da PM, coisas que não iriam ocorrer mesmo. O que acreditamos é que eles já haviam feito o que queriam, que era matar essa quantidade de membros da organização rival e a garantia que não seriam agredidos pela polícia. A FDN massacrou os supostos integrantes do PCC e outros supostos desafetos que tinham naquele momento. Não houve contrapartida da outra facção”, declarou o secretário.
No início da rebelião, eram doze reféns (agentes penitenciários) que foram sendo liberados ao longo da madrugada durante as negociações. Quando o Choque da Polícia Militar entrou no presídio, todos já haviam sido liberados pelos líderes da rebelião.
Suporte
Segundo o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, neste momento a situação no complexo penitenciário já está sob controle. O estado utilizará os R$ 44,7 milhões de repasse que o Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira (29) para sanar os problemas.
O Estado está contando com o suporte do Ministério da Justiça e Cidadania. O ministro da Justiça, Alexandre de Morais, se colocou à disposição do governador.