Exercício físico ajuda no tratamento da dependência química, diz especialista

Como parte da programação alusiva à campanha do “Janeiro Branco”, mês de incentivo às políticas de cuidados com a saúde mental, dependentes químicos em tratamento na Unidade de Acolhimento de Adulto (UAA) participaram de atividade com o objetivo de demonstrar que o exercício físico auxilia no tratamento contra o álcool e drogas.

A palestra “O efeito do exercício físico no tratamento da dependência química” foi ministrada pela especialista em emagrecimento e hipertrofia de patologia, Carol Araújo, e contou com a participação direta de cada um dos assistidos pela unidade estadual de saúde.

“A saúde mental das pessoas é muito importante. Ultimamente, temos nos preocupado apenas com o corpo, mas a mente também deve estar bem, porque se um estiver bem e o outro não, não vivemos nem produzimos. Por isso, optamos em trazer esse conhecimento às pessoas assistidas aqui e aos profissionais da UA”, afirmou a diretora da UAA, Daiane Oliveira Costa.

Segundo a educadora física, especialista em emagrecimento e hipertrofia de patologia, Carol Araújo, o exercício físico quando bem direcionado e embasado em parâmetros científicos, atua como um elo terapêutico importante por intervir no corpo do paciente durante todo o processo de recuperação da dependência química. Isso porque, as transformações pelas quais passa o físico têm relação direta com a autoestima melhorada, uma liberação durante e após os exercícios de substâncias responsáveis pela sensação de prazer assim como melhora o humor.

“Dependência química destrói o bem-estar emocional e físico. Aqueles que abusam das drogas negligenciam seus corpos e componentes importantes da saúde diariamente, inclusive alimentação adequada e exercícios essenciais, são deixados de lado. Parte do tratamento é reparar a ligação danificada entre corpo e mente e investir nos aspectos físicos e psicológicos”, avalia Carol Araújo.

No tratamento da dependência química o exercício serve para muitos propósitos, mas existem alguns benefícios principais, como o alívio e redução do estresse, a liberação de endorfinas, melhora no humor e aspecto social; que se pode derivar do exercício aeróbio e não aeróbio durante a recuperação e tratamento do abuso de substâncias.

“É claro que a cura não é algo instantâneo. Pelo contrário, o processo é evolutivo e com o esporte a primeira mudança positiva naquele período já citado, é a melhora nos aspectos da qualidade de vida, como a capacidade funcional, o aspecto físico, a diminuição da dor, o estado geral, a vitalidade, a melhora do aspecto social e emocional e da saúde mental; desencadeando assim o afeto, a sociabilidade, uma melhora nos padrões de sono e no desempenho ocupacional”, lista a especialista.

Como funciona o processo

A endorfina é eliminada durante o exercício aeróbico. O abuso de substâncias interfere na capacidade do organismo de produzir as substâncias químicas que nos permitem sentir prazer, felicidade e satisfação. Durante os exercícios aeróbicos são liberadas endorfinas naturais ao sistema, o corpo atinge sua capacidade de regular a química do seu próprio cérebro e o humor de forma saudável.

Há vários tipos de exercícios aeróbicos, além daqueles realizados em nível de intensidade moderadamente alto por longo período de tempo. Sendo assim, é sugerido que o dependente químico pratique natação, corrida e ciclismo. Porém, o esporte mais indicado é aquele que agrada o paciente e o estimula emocionalmente, independente de qual for, desde ioga até basquete.

Assim, é importante dizer que o exercício aeróbico também pode e deve fazer parte do tratamento do dependente, uma vez que o mesmo é capaz de proporcionar uma melhora no humor geral da pessoa, proporciona autoconhecimento e melhora a autoestima, diminui os níveis de estresse, depressão e ansiedade e combate a fadiga e a perda de energia.

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